3 de junho de 2010

Na cama ao som de Kashmir




não há mais vontade de levantar da cama, e o sol que não pára por um simples mortal levanta e deita como se nada estivesse acontecendo no terceiro dos planetas de seu feudo. o frio da madrugada vira calor ao meio dia e às cinco da tarde uma brisa já faz a coberta voltar a altura dos ombros. finjo que fico meditando sobre a existência, mas essa na verdade é a desculpa que me acostumei a dar para aqueles que por ventura podem vir a se preocupar comigo. eu minto. penso em mamãe e papai sentados na frente da televisão em um fim de semana qualquer e lembro da época em que brincava com soldadinhos de plástico aos seus pés. agora fumo cigarros escondido no banheiro e confabulo minha próxima bebedeira. a madrugada é bela pois revela o lado mais escuro da lua. deixe-me te levar lá.

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